Narguilé - O Tabaco do Momento.

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Ontem estive com alguns amigos em um bar na cidade de Mogi Mirim – SP e tive a infelicidade de me deparar com o Narguilé (narguilê, narguila, nakla, arguile, naguile e etc.).
Não foi a primeira vez, já o conhecia há tempos e sempre fui contra a este instrumento. Porém, desta vez a coisa desandou um pouco. Todos meus amigos se viram fascinados por aquele cachimbo com um nome diferente, um formato diferente e um aroma que poderia variar em chocolate, menta, frutas e até coca-cola.

Eu que sempre fui muito careta com este tipo de assunto me senti incomodado e parecia que de nada importava minha preocupação para com meus companheiros. Eles estavam ali se divertindo tanto com o narguilé quanto com a minha caretisse de preocupar-me com a vida alheia e com os danos que tal objeto tão inofensivo poderia causar. Eu não conhecia a fundo os efeitos deste cachimbo e não sabia inclusive que era assim tão perigoso, mas não quis arriscar pois como curioso que sou eu já sabia que ali continha nicotina e que portanto, não haveria meios seguros de utilização que não prejudicassem meu organismo.

No início é tudo uma beleza, aquele aroma delicioso, aquela alegria de brincar com a fumaça por vezes me fez chegar a pensar se eu realmente não era rígido demais em relação aos meus princípios. Porém, após algumas horas, comecei a ouvir reclamações de ardência na garganta. O que me deixou intrigado. Ao realizar algumas pesquisas referentes ao assunto, pude constatar que tal cachimbo pode muito bem ser tão prejudicial quanto ou até mais que o cigarro. Ilustre antigo inimigo de nosso sistema respiratório.

Conhecendo um pouco sobre o cachimbo:

Narguilé é um cachimbo de água utilizado para fumar. Há diferenças regionais no formato e no funcionamento, mas o princípio comum é o fato de a fumaça passar pela água antes de chegar ao fumante. É tradicionalmente utilizado em muitos países do mundo, em especial no Norte da África, Oriente Médio e Sul da Ásia.

O narguilé é formado pelas seguintes peças:

Base: Peça central do narguilé; assemelha-se a um vaso. É onde se coloca a água (ou, embora não seja tradicional, outros líquidos, como arak, sucos ou essências naturais). Geralmente é feita de vidro, metal ou cerâmica; algumas são ornamentadas com desenhos.

Corpo: Peça cilíndrica que sustenta o fornilho e conecta-se à base. Na base, projeta um tubo para dentro da água, que conduz a fumaça.

Fornilho (rosh ou cabeça): Peça de barro ou cerâmica onde coloca-se o tabaco e, por cima deste, o carvão em brasa.

Abafador: Artefato em metal (muitas vezes descartados), geralmente alto para proteger a brasa do vento, evitando o consumo rápido do carvão.

Mangueira: É por onde se aspira a fumaça. Uma ponta termina numa piteira, e a outra encaixa-se na parte superior do corpo do narguilé (acima da água). Pode haver mais de uma mangueira para que várias pessoas fumem juntas (porém estes com válvulas especiais, ou do contrário os usuários não poderão "puxar" a fumaça simultaneamente). Em narguilés usados em locais públicos, como bares, freqüentemente usa-se uma peça plástica removível na ponta da piteira, que pode ser lavada ou descartada a cada uso, ao contrário da mangueira em si, que não deve nunca ser lavada, pois pode oxidar, criando assim partículas de fuligem, que atrapalham a aspiração da fumaça.

Como Funciona:

Quando se aspira o ar pela mangueira, reduz-se a pressão no interior da base; isso faz com que ar aquecido pelo carvão passe pelo tabaco, produzindo a fumaça. Ela desce pelo corpo até a base, passa pela água, onde é resfriada e filtrada, que retém partículas sólidas. A fumaça segue pela mangueira até ser aspirada pelo usuário e expirada logo em seguida.

Há um fumo especial para narguilés, usualmente feito com tabaco, melaço (um subproduto do açúcar) e frutas ou aromatizantes. Os aromas são bastante variados; encontra-se de frutas (como pêssego, maçã-verde, coco), flores, mel, e até mesmo Coca-Cola e Red-Bull. Embora também seja possível encontrar fumos não-aromatizados, estes progressivamente perderam espaço para os aromatizados, que hoje são muito mais populares.

Bom, até ai, ótimo parece tudo lindo, ou até mesmo como alguns dizem, a água filtra a nicotina e a fumaça chega ao pulmão completamente límpida e aromatizada. Pois é, seria mais fácil acreditar no nosso querido coelhinho da páscoa, pois não é nada dessa maravilha que se pensa. Pelo contrário, chega a ser assustador. Vejamos:

Os efeitos:

Os efeitos à saúde causados pelo fumo do tabaco são largamente conhecidos e se aplicam também ao uso do narguilé, contrariando a crença popular de que a água ajudaria a filtrar as impurezas do fumo, tornando-o menos nocivo à saúde. Recentes estudos indicam que seu uso pode ser ainda pior para a saúde do que o cigarro.

Há quem diga que apesar de ser nocivo à saúde, o narguilé é menos prejudicial que o cigarro comum, porém, independentemente da veracidade desta oposição, algo que se confirma é que o narguilé é prejudicial, vicia e deve ser combatido assim como qualquer cachimbo que utilize-se dos mesmos elementos tóxicos e prejudiciais à saúde e bem-estar humano. Além do mais, a Organização Mundial de Saúde alerta que a fumaça do narguilé contém inúmeras toxinas que podem causar câncer de pulmão, doenças cardíacas entre outras.

A Academia Estadunidense de Periodontologia afirma que o uso do narguilé é comparável ao cigarro, em relação aos riscos de doenças da gengiva.

George Loffredo, professor da universidade de Georgetown que conduziu estudo sobre o uso do narguilé no Egito acredita que, comparado ao fumante típico de cigarros, o fumante de narguilé expõe-se mais a toxinas como nicotina e monóxido de carbono.

Luiz Zaion, médico especialista em doenças respiratórias adverte que cinquenta tragadas são suficientes para levar ao vício, além de ser altamente cancerígeno e não se diferenciar em nada do cigarro convencional.

Carlos Alberto Viegas, pneumologista da universidade de Brasília, efetuou uma pesquisa sobre o assunto e mostra que uma sessão de 80 minutos de narguilé equivale a fumar aproximadamente 100 cigarros. O Problema é, diz o pesquisador, enquanto se leva em média onze minutos para fumar um cigarro comum, uma roda de amigos fumando um naguilé pode ficar horas fumando aquele tabaco e ingerindo uma quantidade muito maior de fumaça do que um fumante do cigarro convencional. E completa: “Não existe forma segura para o uso de tabaco. Tanto charutos, cachimbos e principalmente o narguilé causam os mesmos danos causados pela fumaça do cigarro.”
O que mais me preocupa é que assim como meus amigos que ontem passaram a noite toda fumando o cachimbo, diversos outros jovens vêm cada vez mais fazendo o uso deste instrumento em encontros para diversão. Virou como se fosse um “passatempo” da juventude atual. É só analisar nos sites de relacionementos mais utilizados no Brasil como é comum os jovens tirarem fotos fazendo desenhos com a fumaça do narguilé ou até mesmo ao lado do cachimbo. Inclusive, assim que se iniciam nessa brincadeira, logo começam as apostas de quem consegue sugar a maior quantidade de fumaça possível. Deprimente.
Segundo o juizado de menores e o artigo 243 do estatuto da criança e do adolescente, a venda ou fornecimento de fumo é crime e a pena pode ser de 2 a 4 anos de prisão. Pois não é o que se vê por ai. Nos bares de hoje em dia bata pagar para consumir o “fast-food” de fumos nos seus mais variados aromas.
Para mim, chega a ser lamentável ver a juventude atual numa situação dessas. Logo agora que eu acreditava que o vício do cigarro e todo aquele seu requinte de poder estava chegando ao fim, as tabacarias nos pegam de calças curtas novamente. Chego a pensar na impossibilidade de vencer a ambição capitalista.
Fontes: Wikipédia, Rede Bandeirantes e Rede Globo.

Comments (2)

Um texto muito bem digitado.Porem sem nenhuma pesquisa concreta que diz o que realmente e de verdade.

Olá, meu caro. Utilizei textos e vídeos das emissoras mais conceituadas do país.
Infelizmente não tenho verba nem tempo disponível para realizar pesquisas sobre tudo o que escrevo, portanto eu pego pesquisas realizadas por outros órgãos e instituições que estão aí justamente por isso.
Tens total direito de discordar do artigo, mas dizer que o que está escrito aqui é mentira, é pura alienação.

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