Os Hospitais

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Já tem três meses que deixei meu emprego na área da saúde para dedicar-me exclusivamente à comunicação, mas desde que saí, planejava compartilhar minhas observações do ambiente hospitalar, de como lá funciona a cadeia de processos em que se é necessário o relacionamento com o paciente e o que vai determinar sua saída. Pela porta da frente ou pelo necrotério. 


Obviamente que as informações contidas neste texto foram obtidas por mim, na Santa Casa de Misericórdia de Mogi Guaçu, no entanto, assumo total liberdade de dizer que sem sombra de dúvidas, a situação é igual em qualquer que seja o lugar do país onde o atendimento entre SUS e Convênios Médicos é feito de forma híbrida. Podendo apenas piorar, conforme o número de atendimentos por instituição. Vale lembrar ainda, que conheci pessoas maravilhosas nas mais variadas atividades dentro do setor hospitalar e poderia escrever centenas de artigos sobre os benefícios dos serviços de saúde públicos, mas sem ser falso moralista, me sinto no direito de expor minha opinião.

Desde a entrada num hospital até a alta médica um paciente encontra dificuldades e irregularidades. Recepcionistas mal-humoradas, enfermeiras desqualificadas e médicos desumanos; tudo isso em conjunto constituem aquilo que chamam de Irmandade de Misericórdia.

Já no atendimento, as recepcionistas são tão frias como profissionais de telemarketing, com apenas uma exceção: As atendentes de telemarketing possuem aquilo que podemos chamar de amor ao próximo. Por diversas vezes presenciei algumas conversas que diziam: “Quando o senhor vai ao banco o senhor não espera? Então, aqui tem que esperar também” ou “Eu sei, eu sei, todo mundo aqui ta ruim demais pra esperar, então vai entrar quem chegou primeiro!”. Enfermos naquele local não são novidade alguma. Para elas, o esmalte da linha “Sete vermelhos capitais” comprado na semana passada tem mais valia do que sua vida.

Não quero me estender sobre as recepcionistas, elas fazem turnos e ganham mal, têm lá suas explicações para o descaso com os pacientes, existem outros seres bem mais prepotentes. Um médico é simplesmente o alicerce do atendimento, a base de tudo. Mas o que quero ressaltar, é que com pequenas exceções e poucas variações, seu pensamento é baseado em dinheiro.

Médicos são desafiadores de leis. Matam sem serem presos nem processados, pois quando a coisa complica, frequentemente encontram uma maneira de persuadir a família da vítima que acabam sofrendo sozinhas. Fumam em lugares fechados e pior, perto de ambulatórios, onde a concentração de pessoas com imunidade baixa é enorme. E escrevem com letras, se é que podem ser chamadas de letras, impossíveis de se ler. O que acarreta em venda e utilização de medicamentos errados.

Lembro-me de algumas vezes ter passado mal com o cheiro do cigarro enquanto tirava algumas fotocópias, e ter recorrido há alguns médicos para entender a tradução daqueles rabiscos. No geral era caçoado, pois eles olhavam pra mim, quando olhavam, e diziam: “Não sabe ler não? É só juntar letras ó...”. Meu desgosto era tamanho que tentava não imaginar que um dia fosse precisar depender de um indivíduo daquela espécie.

Existem médicos que realizam partos normais pra não gerarem gastos com cirurgias, deixam de internar por falta de vagas, internam por falta de pacientes, receitam remédios que o patrocinam, dentre outras inúmeras atrocidades que presumo e outras que não faço idéia de existirem. Não nego que falte conhecimento. Sei que eles têm de sobra, o que lhes falta é caráter.

Quem pensa que a instituição não tem relação alguma com isso está errado. A Santa Casa contratava um velho senhor que era responsável por pegar assinaturas de acidentados no trânsito, autorizando a transferência do seguro DPVAT para o hospital, além de mentir para os pacientes que os exames estão sendo procurados, quando já se tem certeza de que foram perdidos.

Depois disso, pude entender porque metade dos remédios vendidos no Brasil é destinada à automedicação. Eu confio muito mais numa bula do que em um ser desse. Ainda que existam bons médicos, eles infelizmente se ofuscam em meio a essa grande maioria de profissionais incapazes de executar com caráter, aquilo que juraram prestar à sociedade.

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Em primeiro lugar, quero dar algumas explicações. Sempre me esforço ao máximo para ser o menos pessoal possível no blog, mas existem acontecimentos que se eu não comentar com vocês estarei sendo ingrato comigo mesmo. Estou mais distante do blog novamente. Resultado de dois ótimos acontecimentos: minha vida conturbada em São Paulo e o fato de que a cada texto que escrevo, eu exigo mais de mim. Já não me satisfazem como antigamente e portanto, reciclo textos acabados, jogo uns fora e outras ideas mal saem da cabeça. O que me faz pensar, pensar, pensar e retornar ao mesmo texto diversas vezes.

Queria agradecer de coração à todos os visitantes, assinantes do feed RSS, os seguidores desse blog e em especial os comentaristas.

Me sinto na obrigação de indicar os que mais comentaram aqui, desde o início. Que são eles:
- The Dream Blower
- Sacudindo Palavras
- Gastaldelli Enrico


Sem vocês, essas palavras aqui seriam perdidas no imenso mundo digital. Eu adoro ler os comentários desse blog. Cada comentário enviado me faz ter a certeza que o público que lê meu blog realmente entende minhas palavras e são de alto nível. É uma honra ser lido por vocês.

O blog tem nove meses, mas só comecei a investir nele há aproximadamente cinco. E nestes cinco meses muita coisa boa me aconteceu e me surpreende a cada dia.

Isso não é mérito meu, e sim de vocês que mesmo ficando tanto tempo sem receber atualizações, quando veem um novo artigo publicado aqui, sempre voltam, deixam suas opniões e compartilham com amigos e colegas.

Recebi diversos selos nos últimos meses, ainda sou meio analfabeto no blogger, mas assim que terminar de ajustá-los ali do lado, vou começar a distribuição.

Como uma redenção do tempo em que fiquei sem vir aqui, trago algumas novidades:
  1.   O Blog está com um novo layout. Mais limpo, bonito e organizado.
  2.   O Slogan foi trocado novamente. Seguindo opniões de alguns visitantes, que me disseram que o antigo slogan "Crítico, extremamente crítico" era muito ambíguo e pejorativo, resolvi restaurar seu antecessor "Tudo o que você quer saber, de um outro ângulo", que havia trocado por ser muito clihê, dei uma reformada e consegui o novo slogan, que não pretendo mudar tão cedo: "Control Alt Max - O Que Você Precisa Saber".
  3.   A interatividade com o leitor é meu foco. Você pode assinar meus artigos e receber em seu e-mail, a cada atualização do Blog, clicando no botão logo acima do "Quem Sou Eu".
  4.   Novos gadgets foram adicionados. Agora conta com minhas atualizações do Twitter e os livros que estou lendo.

Por enquanto é isso. Muito obrigado pela paciência e pela satisfação de ver que o blog está indo no caminho certo.

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