A Gripe Suína.

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Pois é, desde a Gripe Aviária, em meados de 2004 não se tinha ouvido tanto falar sobre um vírus influenza quanto nos dias atuais. O Influenza A veio, com toda certeza, para ser a mais nova estrela do início do século XXI. A grande questão é a seguinte: Será que o bombardeio de informações a respeito dessa nova gripe merece realmente esse crédito todo?
Em março se ouvia os primeiros rumores sobre o vírus H1N1 que até então era incessantemente divulgado com o nome de Gripe Suína. No início as informações eram poucas. Sabia-se que o primeiro paciente portador do novo vírus era o menino mexicano Edgar Hernández, de 4 anos, que sobreviveu após ser medicado.

Os moradores da região não tinham dúvida. A origem da nova gripe era o criatório de suínos que havia por perto da região onde o garoto vivia. Após o ocorrido foram constatados outros diversos enfermos e a nova gripe que começava a se espalhar por toda a extensão do México.
Com isso, o número de estrangeiros que viajavam para o país foi extremamente reduzido. Calcula-se que a economia do México tenha caído cerca de 5%. Por conta disto, o governo mexicano resolveu tomar medidas para melhorar a situação do país. Pressionou e a Organização Mundial da Saúde, a OMS, cedeu. O novo Influenza, a partir de então, passava a ser denominado como Gripe A. Desta forma, em questão de tempo a origem do vírus e o mercado de suínos estariam a salvos.
Uma nova gripe era um prato cheio para a mídia que tanto esperava para nos empanturrar com notícias sobre uma pandemia global. Com um novo nome e se espalhando pelo mundo todo, o novo vírus ganhava cada vez mais importância em todos os veículos de comunicação. Não se ouvia falar em outra coisa. Pelo menos até o dia 31 de maio, com a queda do Airbus 447 que por algumas semanas tornou-se assunto mundial. E para prolongar a trégua, no dia 25 de junho, quando esfriavam as especulações sobre o desaparecimento do Airbus, é divulgado o falecimento do ícone Michael Jackson. Nessa altura eu já imaginava que o assunto da Gripe A já estava morto. Antes mesmo do rei do Pop. Infelizmente me enganei. Logo quando as notícias do astro não seduziam mais, valia à pena voltar a um porto seguro.
As divulgações sobre as mortes causadas pela nova gripe chegaram a ser tão assustadoras que eu, como bom especulador que sou, corri pra rede pesquisar a respeito do assunto. Bem como eu previa, os resultados me fizeram respirar um pouco mais aliviado.
O fato é que a nova gripe bem como se conhece é um vírus mais transmissível que a influenza sazonal e chama atenção pelo fato de que ao contrário da gripe comum que ataca pacientes mais debilitados, idosos e crianças, o H1N1 pode infectar facilmente jovens e adultos devido ao fato de ser um vírus que o organismo ainda desconhece.
Mesmo com um número maior de pessoas infectadas a cada dia a nova gripe não deve ser vista como uma doença assim tão grave, pois dados de junho deste ano, mês em que ocorreram as primeiras mortes causadas pela nova gripe no país divulgam oficialmente 33 mortes, enquanto em dados do mesmo período de 2008 divulgados pelo ministério da saúde, 4.500 pessoas morreram pela gripe conhecida como comum. Conclui-se a partir daí que a gripe comum é mais perigosa do que a famosa Gripe A. Logo agora que eu sentia alguns sintomas de gripe e estava de certa forma, torcendo pra que fosse uma gripe normal.
Ainda hoje não temos sequer indícios de que o H1N1 poderá trazer características mais assustadoras. Pelo contrário, acredita-se que diversos pacientes tenham contraído o novo vírus sem que se dessem conta, recuperando-se em casa normalmente, como se fosse uma gripe comum. Como mostra os dados do ministério da saúde que dizem que 60% dos novos casos de gripe no país já foram constatados como se tratando do vírus o Influenza A, ou seja, o antigo vírus Influenza vem se renovando, por uma questão de sobrevivência, assim como ocorreu com o vírus da Gripe Espanhola que em 1918 matou cerca de 50 milhões de pessoas em todo o mundo e atualmente, tem a variante de sua cepa como um dos vírus de menor intensidade ainda em circulação.
Espero realmente que os testes com vacinas para a Gripe A sejam satisfatórios, somente desta forma deixaremos de presenciar tanta ignorância pública como no caso das máscaras, que segundo o Dr. Drauzio Varella, protegem por um tempo de duas ou três horas e ainda não são garantidas. Imagina se a população fica sabendo que a fina máscara não funciona? Daqui a uns dias iremos nos deparar com pessoas utilizando aqueles respiradores faciais que vemos nos laboratórios radioativos dos filmes de ficção científica.
Em suma. Cuidar-se para não contrair a doença é uma atitude prudente. Porém, não há motivo para tanto pânico. Embora a Gripe A venha ganhando força a cada dia na mídia, em nosso corpo esse risco é muito pequeno.

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